quinta-feira, 19 de julho de 2012

Cartas ao Vento... O Adeus

“A razão por que a despedida nos dói tanto é que nossas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham sido e sempre serão. Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nós nos encontramos. E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos. Isso significa que este adeus é ao mesmo tempo um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá."
Nicholas Sparks - O Caderno de Noah

Sei que deveria ter pedido sua permissão para contar a todos o que aconteceu. Mas não tive a oportunidade. Você sempre distante. Não podia mais guardar só para mim e foi a forma que encontrei de desabafar. Talvez, quem sabe, um dia você terá acesso a estas cartas e entenderá porque eu o deixei. Certamente foi a coisa mais difícil que fiz até aqui.

Naquela manhã, em Dark Fairies Dream, sentada na montanha vendo a chuva cair, uma música tocou.. Angel (Enya) a mesma música que fez parte de nossa história, uma história que poderia ter dado certo se não fosse por todas as incertezas de se estar vivendo uma segunda vida. Então, uma lágrima desceu dos meus olhos como quem pedisse pra ficar.

Por inúmeras vezes minhas mãos foram levadas em direção ao seu nome na caixa de amigos. Não foi uma decisão fácil. Imaginei que poderia aparecer de repente e evitar que fizesse tal loucura. Seria eu capaz de voltar atrás da minha decisão? Mas isso não iria acontecer, porque você não me pertencia e nem eu a você. Somos seres do mundo e como tal devemos permanecer no mundo.

Levantei-me e me dirigi a Tempura para um último Adeus. Sim, deveria ser lá, o local onde se deu o início também deveria ter seu fim. Fiquei olhando o Sol como já era de costume no local que você já conhece. Me lamentando por tudo que ainda não havia vivido.

Fui covarde eu sei. Não tenho coragem de me despedir pessoalmente por que sempre que faço isso, coloco uma vírgula e nunca um ponto final. E certamente você não me deixaria partir.

Por favor, não se zangue comigo. Não fiz nada se não te amar este tempo todo. E pensando em mim também penso em você. Abro mão de todos os meus sonhos por acreditar que você era se não apenas um sonho. Um sonho não vivido, idealizado, mas que pra mim me pareceu muito real. Mesmo com todas as incertezas, por querer ainda sim acreditar em você, no carinho que diz ter por mim, deixo-o partir. E se algum dia teceu algum sentimento por mim, deixe-me partir, lhe imploro.

Pensei, repensei minha decisão por várias vezes e percebo que não há outra alternativa. Não sofrerei mais por você. Dizes coisas que até compreendo, mas que neste momento me dói muito. Se sou ou se fui um peso pra você, isso jamais saberei. E se sou o grande problema em sua vida, permita-me ir embora para que eu não lhe cause nenhum mal.

Talvez se eu tivesse tido a coragem de lhe dizer o que realmente sentia teria sido diferente, mas não há mais tempo, você está longe demais para isto. A decisão já está tomada, às doze horas deste dia te apagarei de minha lista e começarei uma longa jornada para te apagar de vez do meu coração.

Está feito, nunca pensei que doeria tanto. Mas foi preciso. Não ficarei mais a tua espera, você não aparecerá mais pra mim e eu pra você. Você será apenas mais um pontinho verde no meio da multidão. Não consigo parar de chorar... As palavras, às vezes, não conseguem traduzir todos os sentimentos... Elas omitem o olhar, o cheiro e a entonação de quem as produzem. E certamente estas palavras jamais irão conseguir traduzir o que estou sentindo agora.

Adeus meu Amigo, meu Amado Anjo!

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