sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Cartas ao Vento...Naufrágio.

"Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia." 
Paulo Coelho

No silencio de cada passo deixei minhas pegadas riscadas no chão. Aquele sublime vento que tocava meu rosto era o mesmo vento que varria as cartas de outrora. A sensação incômoda da sua presença tão ausente, hoje, torna-se a condutora desse fio de pensamento que se esgarça nesta que, talvez, é minha última tentativa de traçar algum caminho. Sim, algo ficou perdido pelo caminho. Durante todo o percurso tentei encontrar respostas para algo que denominaria senão minha insanidade. 

Navegando por mares nunca transitáveis deixei que o fluxo das águas tão aparentemente límpidas me levasse rumo ao desconhecido. Vento de Outono, brisa leve e suave que acariciam meu rosto. Perfume das folhas que se confunde com o único perfume que me levava até você. Guiada pelo fogo da paixão deixo para trás uma vida inteira. Perco-me nas lembranças de quem fui. Rota sem mapa, barco sem tripulante, caminho sem volta. 

Pobre menina que em busca daquilo que ousou chamar amor verdadeiro, atravessou um oceano de sonhos. Como atravessar um oceano com um barco a remo? Um barco tão frágil quanto as palavras que tem deixado nestas linhas. Tão frágil quanto as descobertas que silenciaram seus sonhos. Neste instante, sem forças para continuar, se deu conta de que havia mapeado o impossível.

Grandioso céu que traz consigo tempestivas chuvas. Mar de esperança que me faz ser corajosa. Doce e ingênua menina que acreditou um dia que poderia vencer um oceano. Águas escuras, pele pálida... Esta tudo tão frio. Já não sinto perfume algum. 

Lá está a tão jovem menina, no fundo do mar, num sono eterno e profundo. Seu coração ainda bate na esperança de que um dia seu verdadeiro amado consiga ouvi-lo e salvá-la.





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