"Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade, mas estou presa dentro de mim". Clarice Lispector
O que fazer quando a paixão vira amizade, quando o que resta é uma pura nostalgia dos doces momentos vividos a dois? O que fazer quando descobrimos que o que mais queríamos ficou para trás como um brinquedo que perdeu seu valor? O que fazer quando descobrimos que restaram apenas lembranças de um passado desejoso por um futuro?
Saudade é a ausência provisória de alguém, nostalgia é a ausência eterna de um momento. Saudade é quando o ser amado foi embora, mas o amor ainda ficou. Nostalgia é quando o amor também se foi...
E na ausência dos muitos momentos que jamais se repetirão, da falta do amor que jamais retornará, encontro-me vagando pelos labirintos da mente tentando encontrar uma saída. E nas muitas tentativas de encontrar um caminho mais certo que me levasse de encontro à felicidade percorri uma longa jornada. Eu queria amar outra vez, sentir a mesma emoção do primeiro beijo. Sentia que precisava me abrir para o mundo, entregar meu coração a quem o desejasse ama-lo de verdade. E para isso era preciso seguir adiante, deixar para trás meu passado, minhas dores, meus medos.
Sim, tive muitos amores. Alguns poucos deixaram saudades, outros rápidos demais para que se eternizassem. Mas nenhum perfeito o suficiente para que eu o chamasse de imortal.
Se eu pudesse encontrar o caminho de volta, se me fosse dada a chance de um novo começo...
Assim adormeci, sem saber se o que sentira era saudade ou nostalgia.
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