segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cartas ao vento... Destino ou Acaso?

O acaso não existe. Quando alguém encontra algo de que verdadeiramente necessita, não é o acaso que tal proporciona, mas a própria pessoa; seu próprio desejo e sua própria necessidade o conduzem a isso. (Demian)  Herman Hesse 

Não vou negar que estórias de vampiros me fascinam. O que eu não podia imaginar era que se tornaria real em minha vida, ou melhor, em minha segunda vida. Na tentativa de entender mais sobre a vida desses seres acabei vivendo experiências incríveis que só poderiam acontecer em sonho. Fiz muitas coisas, andei por muitos lugares, visitei terras longínquas e inimagináveis. Conheci muitas pessoas interessantes, outras nem tanto, sonhei acordada e acho que ainda estou sonhando. 

Mas o que sabemos sobre os vampiros? São imortais, possuem certos poderes, alimentam-se de sangue, consomem almas. Seres amaldiçoados, condenados a viverem eternamente na escuridão de sua existência. Sim, isso tudo a gente já sabe por que é a forma como os filmes costumam apresentá-los. O que ainda não sabemos, ou pelo menos fingimos não saber, é que o mundo dos vampiros é bem semelhante ao nosso. Aliada ao seu egoísmo, a raça humana pode fazer coisas terríveis. Causamos a extinção de espécies, matamos e roubamos. Somos os únicos seres do planeta capazes de destruir nosso próprio habitat. Sendo assim, todos somos em parte vampiros por natureza. No entanto, preferimos fingir que nada disto acontece que o nosso mundo é perfeito e as coisas ruins só pertencem ao mundo das trevas. Pelo pouco tempo que tenho neste mundo, já pude presenciar alguns fatos desagradáveis, alguns até passíveis de punições pelo seu regulamento. E isso vindo por parte tanto de vampiros como de humanos. É bom lembrar que gente ruim existe em qualquer lugar e isso independe da raça, cor, classe social, ou em quantas vidas você resolver ter. Mas, não devemos generalizar acreditando que todos agem da mesma forma. 

Apesar de gostar e querer estar entre eles, não aceitava a ideia de me tornar uma vampira. Viver como uma vampira era algo ao qual eu não estava ainda preparada. Faltava-me conhecimento, dinheiro para que eu pudesse manter uma vida imortal, disciplina e talvez tivesse receio dos preconceitos que alguns humanos têm sobre os vampiros. Não estava aqui pelo jogo, tinha outros objetivos e minha vida profissional poderia estar em risco. Assim, temia que portas pudessem ser fechadas para mim no momento em que tomasse esta decisão. Então, resolvi esperar um pouco mais até que tivesse realmente certeza do que queria. 

Cada vez que me aprofundava sobre eles mais envolvida eu ficava. Mas tudo que eu sabia era de ler em livros, apenas teoria. Até que finalmente o destino resolveu aprontar e colocou no meu caminho, adivinhem? Um vampiro. Mas, não era um simples vampiro! 

E o que havia de tão especial nele? Por que meus olhos haviam o distinguido entre tantos olhares naquela noite? Talvez a minha curiosidade tenha falado mais alto e suplantado todos os meus sentidos. Seres curiosos são os humanos! 

Lembro-me bem daquela noite. Você parado a apenas alguns metros de distância. É um hábito comum lermos os perfis de quem esta a nossa volta. Os perfis são como uma certidão de nascimento onde apresentam informações relevantes que faz de você um ser único entre os demais. E a sua certidão dizia assim: “... gostaria antes de tudo dizer que sou um vampiro, posso te morder e te transformar em um, porem não vou pedir isso a você, tem que ser uma escolha consciente sua...” 

A leitura fez com que eu ficasse ainda mais interessada. Poderia me aproximar sem o receio de receber uma mordida no pescoço, a menos que desejasse, é claro! 

Sem hesitar, mesmo de longe, enchi meu peito de coragem e mesmo sem saber se você responderia lhe perguntei: 

_ O que faz um vampiro? 

Já não era mais a teoria. Estava em contato direto com um vampiro. E o que isso significava? O que eu podia esperar? Nada, não esperei nada. Era apenas uma pergunta sem importância para um estranho que o destino fez cruzar o meu caminho sem saber o porquê. Era o que eu havia pensado naquele momento. Apenas mais um que quando descobrisse que não misturava minha vida real aos meus sonhos iria sair correndo como fizeram outros bacanas, ou babacas, como queiram. Eu só não imaginava que você faria diferente...

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